Joaquina - Rondó
Se escuta as ondas distantes,
em ressonantes murmúrios
e são lamúrios do mar,
e é um ventar que arrepia.
Nas noites tribuzanas
se não se escuta o chover
se escuta as ondas bater
numa inumana mania.
Dizem ouvir Joaquina
nas velhas pedras de lá
e poucos sabem a cá
dessa sua sina a magia...
Se escuta as ondas distantes,
em ressonantes murmúrios
e são lamúrios do mar,
e é um ventar que arrepia.
Ela esperava o marido
se não me falha a memória
foi como em tantas histórias
tinha partido faz dias...
Um pescador como tantos,
que já pescaram na luta
para viver. Tal labuta
nada no entanto valia.
Se escutas ondas distantes,
em ressonantes murmúrios
que são lamúrios do mar,
que e é um ventar que arrepia.
Passaram dias que sofridos
não regressavam notícias
ninguém mais nada sabia,
onde o marido estaria.
E lá Joaquina esperava
nas conhecidas das pedras
ela sonhava tão cega,
estava vivo... “Sabia”...
Se escuta as ondas distantes,
em ressonantes murmúrios
e são lamúrios do mar,
e é um ventar que arrepia.
Muitas tormentas tomou,
até que o mar foi a levar,
enfim ela foi visitar
onde seu amor bem jazia...
Pouco disseram-me disso,
como tão pouco lembrei
só sei que no fim... Isso sei,
foi feitiço ou bruxaria.
Nas velhas ondas distantes,
em ressonantes murmúrios
que são lamúrios do mar,
que é um ventar que arrepia.
Sobre a história da praia Joaquina, de Desterro, Santa Catarina.