EQUINÓCIO

A paísagem que me encanta

Nesta cidade que se levanta,

No crepúsculo, esplendor,

O cimo das árvores que verdeja

As folhas num manto rumoreja

Fremem com ventos do alvor.

O nascer do sol sobre a serra,

Deslumbra a alma que encerra,

A noite que o sono restaurou

Depois de tão pesado dia

O corpo procura a harmonia

No leito sagrado que deitou.

Meus olhos procuram as flores

E dizeres poéticos de amores,

Para ouvir dos pássaros a canção

Nos acordes de cada criatura

Ao tanger na força da ventura

Para que não cale o coração.

Noutro ciclo o sol desponta

Na manhã que a vida me aponta,

Sem revelar a ausência do mar,

Numa cidade cálida e ardente

Onde o vigor do jovem inda sente

O doce privilégio de amar.

E no equinócio do outono

Enleados os galhos de sono,

Arrastadas folhas secas pelo chão,

Na força da pândega ventania

Que brincara em plena luz

Vem arrastando lenta a fantasia.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 23/03/2011
Reeditado em 05/12/2012
Código do texto: T2865058
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