Pantanal II

A margem está bordada de jacarés,

parecem troncos caídos na beira do rio.

As aves na copa das árvores, contudo, rebolam e cantam

do seu jeito vivo e espalhafatoso.

São o movimento.

Tudo se move á sua maneira: o rio corre, as árvores balançam com o vento. Tudo se move menos eles, aqueles corpos plantados na beira do rio, que parecem terem sido esculpidos num tempo antes do tempo.

São corpos ameaçadores com suas bocarras abertas, mas estáticos.

Então uma infeliz e desajeitada garça cai na água

e aqueles troncos se tornam relâmpagos.

-Se atiram no rio e o que sobra é apenas uma mancha vermelha e um punhado de penas que são levados pelo rio.

Estátuas traiçoeiras...