RIO VOLGA
As águas noturnas do Volga
escondem o silêncio das muralhas.
As províncias albergadas
se misturam às margens.
Entre as colinas de Valdai,
desponta o seu brilho.
Ele corre aparado em escarpas.
Os vilarejos são esparsos, minúsculos,
outros trechos avançam em baías.
Nos eirados, flâmulas multicoloridas
espalham-se como personagens
de um conto medieval.
Cada detalhe nas janelas aponta
a personalidade da vizinhança.
O Volga se alarga e se afina,
em seu leito carrega alegrias,
lamentos, saudades e promessas.
É o retrato vivo de um senhor
que se lança ao Cáspio.
São Paulo, 15 de abril de 2011.