Salve a minha terra!
Salve a minha terra!
O céu nos abraça
O sol nos aquece
Esta gente que amassa
Nesta terra sem estresse
O coqueiro que a água doce nos oferece
Abana, refresca, apraz...
Os arbustos aqui sambam
O samba de Moraes.
O mar aqui, amigos tem.
Mas tem-me em seu peito;
Pois aquele quem o ama,
Ama a terra que é seu leito.
A lua que nos acolhe em seu seio
Ao arrolo do vento silvo nos regala
Nédia noite de enleio
E canta, e dança, e zoa, e embala.
Aqui correm os ventos
Mais frescos do Brasil
Vento quente meu alento
Qu'esta terra nos pariu.
O povo aqui é mais estético
As lagoas são mais ternas
Os vérgeis mais poéticos
Que os airosos lá de Berna.
Nesta terra as mulheres são tão belas
Tão quão belas as hortênsias de Gramado.
Beijadas, e abraçadas ao amado...
Pitorescas suas formas não são minhas, nem suas, são dela.
Aqui o mar é mais romântico.
Beija, abraça, canta e ama.
Tem-nos perto quando clama
Lá do pélago vem seu cântico.
Nosso céu é mais charmoso,
Mais viril, mais ditoso.
Abraça-nos forte, bravo,
O céu profundo de Olavo.
Nossos morros têm braço forte
Obséquio, oferta o colo.
No seu peito o suporte
Dum povo sem solo!
Nossa história é resoluta
O vexilo triunfal!
Nosso povo à labuta
Vive a vida tropical.
A crítica estéril,
Inflamada brama embalde.
No estigma dos vitupérios
Escarnecemos - às cáspites - suas fraudes.
Aqui o dia é um idílio.
A natureza tem muitos filhos
Um deles é o rio
Essa terra de Janeiro...