Coplas P'ra o Chimarrão

Trago um mundo em meus aperos

De campo verde, ondulado

Que tem coxilha e banhado

E uma lagoa pequena...

Aonde garças prateadas

Bebem água nas manhãs

E voltam num fim de tarde

A revoarem serenas...

Aquerencia saudades

Compartilhando segredos

E, ao toque suave dos dedos

Trás calor pra os meus invernos.

Aflorando n’ alma rude

Coisas simples que eu trago

Mergulhadas num amargo

Com jujos de primavera...

Este mundo que lhes falo

Cabe aqui na minha mão...

Tem forma de coração

E mormaços de janeiro...

Parceiro das madrugadas

Contraponteando “ inverneras”

Mundo velho sem porteiras!

Que vem do Rio Grande antigo.

Herança guapa Charrua

Mantendo o mesmo ritual

Infusão xucra e bagual

De algum Pajé Missioneiro...

Sangue verde que “ jerveio”

Pelas auroras do pampa

E aos meus olhos se estampa

O velho Rio Grande guerreiro.