Seus Balões de Esperanças Incendiaram-se no Ar.Canto 2

XI

Como castelos de areia

Ruíram nos chãos caídos

Pelo tempo, destruídos

Numa ação brutal e feia

Monstro horrível que odeia.

Rosas brancas do pomar

Deste jardim secular

Das arcas das alianças

Seus balões de esperanças

Incendiaram-se no ar.

XII

O sopro das prosopopeias

Da boca vil da miséria

Apagou a luz etérea

Do fogo de sãs ideias

No funeral das odisseias

Veio um ser então olhar

Mefistófeles se apresentar

No enterro das lembranças

Seus balões de esperanças

Incendiaram-se no ar.

XIII

No campo cruel das lutas

Tantas batalhas perdidas

Faces tristes e sofridas

Pelas derrotas corruptas

Das forças absolutas

Que destrói que tentar

Nesta esfera derrotar

As espadas das vinganças

Seus balões de esperanças

Incendiaram-se no ar.

XIV

Visionário solilóquio

No grande observatório

Frases de um palavrório

No plenário do colóquio

Travessuras de Pinóquio

Que o tempo veio acabar

A fada azul mumificar

De todas as aventuranças

Seus balões de esperanças

Incendiaram-se no ar.

XV

Foi dom Quixote montado

O lauto guerreiro franco

No santo unicórnio branco

Para o reino encantado

Mas, o sol eclipsado

Põe Sancho pança sem par

Docência a chorar

Vendo quebradas as lanças

Seus balões de esperanças

Incendiaram-se no ar.

XVI

Napoleão Bonaparte

O vinho do poder lhe dopa;

Semeia no Europa,

Republicas por toda parte.

Ergue o mastro do estandarte

Mas, viu o seu fim chegar

Em Waterloo, o militar,

Perde o reino da França.

Seus balões de esperanças,

Incendiaram-se no ar.

XVII

Em quatro cavalos, puxado

Philippe dos Santos aguerrido

Preso e depois punido

Pela lei de todo Estado

Quis libertar no passado

A colônia singular

Mas com a vida foi pagar

Vitima de tantas vinganças

Seus balões de esperanças

Incendiaram-se no ar.

XVIII

Tiradentes lutou um dia

Mas Silvério é quem lhe trai

A inconfidência cai

Perante a velha monarquia

A própria lhe colocaria

Logo após de lhe matar

Manda seu corpo esquartejar

Restando apenas as tranças

Seus balões de esperanças

Incendiaram-se no ar.

XIX

Para unificar a nação

Abraham Lincoln lutou tanto

Batalha em todo canto

Na guerra de sucessão

Mas a unificação

Pois conseguiu realizar

No fim foram lhe matar

Por que temeram as mudanças

Seus balões de esperanças

Incendiaram-se no ar.

XX

Leon Trotski, no passado,

Pregou o ideal do léxico

Depois se exila no México

Logo foi assassinado

Com um golpe de machado

Simon foi lhe executar

Stalin a gargalhar

Cumprindo suas vinganças

Seus balões de esperanças

Incendiaram-se no ar.

José Turflay Albuquerque
Enviado por José Turflay Albuquerque em 07/06/2013
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