No colo da mãe

Nem tudo podemos ter, ora bolas,

Desencontram às vezes balde e fonte;

Pois, sequer nasceram as acerolas,

Que eu trouxe outrora de Belzonte...

Minha terra prefere sangrar pitangas,

E os passarinhos vampiros riem à toa;

Até eu às vezes sorvo umas gotículas,

Pois a bebida rubra é danada de boa...

Não que seja inferior o sangue de Minas,

Já fui vampiro na terra de Juscelino;

Mas, quem habituou-se às coisas sulinas,

Mesmo vetusto ainda é meio menino...

Tem sentido se minha bandeira tremulo,

Cada um venera o chão que Deus lhe deu;

As seivas do pampa forjaram o meu casulo,

Natural que recebem de volta o que é seu...

Mas nem acho que seja assim uma morte,

Ter a ventura de dormir no nativo solo;

De tantas andanças e buscar outro norte,

A criança fatiga e uma hora quer colo...