CARIMBÓ DE RAIZ

(Para quem está só e infeliz)

"Que dança é essa que a gente dança só?"

(...)é carimbó, é carimbó...".

(Pinduca).

Às margens da Baía do Guajará,

pesquei uma porção de rima.

Nas margens da poesia de lá,

avistei a canção que me anima.

Eu escrevi a partitura

duma modinha paraoara

e, ofereci, com ternura,

à caboclinha marajoara.

A caboclinha tão arretada,

atualmente, ama e canta o meu carimbó,

com sua boquinha inspirada.

Infelizmente, isso não adianta: fiquei só...

Embora eu esteja só e infeliz,

estou convencido: foi boa aquela oferta.

Agora, meu carimbó de raiz

está sendo bem ouvido numa bela festa.

Como a esperança da imaginação do carimbó

é muito louca, ela sempre encara o meu passado

e me traz uma boa lembrança. Eu não estou só:

eu vejo o vulto da cabocla marajoara ao meu lado...

Paulo Marcelo Braga

Belém, 30/06/2007

(13 horas e 05 minutos).