CATÁSTROFE NATURAL

Deixa-me que te foque

Sossega embebido pelo odor matinal

Dispo-te sem que te toque

Ao encanto da catástrofe natural

Que delire a gravata lavada

Ao espelho da minha fantasia

Que se desfaça a camisa talhada

Em lascas de madeira

Que humedeçam os meus lábios

Pelo teu tronco como trepadeira

Que o cinto se destrua

Entre meras labaredas

Que as calças perfurem o tecido

E se agitem em carne viva

Que a minha carne seja a tua

Que os sapatos se desatem

E as meias voem noutra perspectiva

Que a mais genuína intimidade

Se expresse e se solte

Entre arrepios de liberdade

Grite o mar e se revolte

Agora sim,

Sinto-me capaz de te amar

Para lá do horizonte

Até que te possa completar

Como a água completa a fonte.

25.10.11

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Jessica Neves
Enviado por Jessica Neves em 13/11/2011
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