INUNDAÇÃO DE PRAZER

Que transborde a fonte cheia

Ousando em nosso corpo escorrer

Que a aranha borde sua teia

E nos entregue ao prazer

Que a aranha sanguessuga

Saltite que nem uma pulga

E a roupa apavorada

Se atreva a dar de fuga

Regressando de madrugada

Que esta vasta inundação

Obrigue a aranha a morder

Entre arrepios de paixão

A cobra nos venha lamber

Subindo e descendo

Que nem um balouço

A fonte vá escorrendo

A trovoada do bolso

Que as gotas que nos cercam

Se abafem de calor

E os sentidos se percam

Em laços d’amor

Rendido à doce paixão

O céu em água se desfaça

Coroado com um coração

De inveja nos roa a traça

Que o céu mande o inferno

Aterrorizar nossas almas

Ardendo em pleno inverno

As mãos juntem as palmas

Que o nosso sentimento

Teime em não acabar

Desfrutando do momento

Ninguém nos tente acordar

Bem composto o jardim

As flores consigam respirar

Para que possamos sem fim

Amar, amar, amar…

07.12.11

http://sempapelecanetacomalmaecoracao.blogspot.com

Jessica Neves
Enviado por Jessica Neves em 08/12/2011
Código do texto: T3378058
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