INUNDAÇÃO DE PRAZER
Que transborde a fonte cheia
Ousando em nosso corpo escorrer
Que a aranha borde sua teia
E nos entregue ao prazer
Que a aranha sanguessuga
Saltite que nem uma pulga
E a roupa apavorada
Se atreva a dar de fuga
Regressando de madrugada
Que esta vasta inundação
Obrigue a aranha a morder
Entre arrepios de paixão
A cobra nos venha lamber
Subindo e descendo
Que nem um balouço
A fonte vá escorrendo
A trovoada do bolso
Que as gotas que nos cercam
Se abafem de calor
E os sentidos se percam
Em laços d’amor
Rendido à doce paixão
O céu em água se desfaça
Coroado com um coração
De inveja nos roa a traça
Que o céu mande o inferno
Aterrorizar nossas almas
Ardendo em pleno inverno
As mãos juntem as palmas
Que o nosso sentimento
Teime em não acabar
Desfrutando do momento
Ninguém nos tente acordar
Bem composto o jardim
As flores consigam respirar
Para que possamos sem fim
Amar, amar, amar…
07.12.11
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