MOLHADA

As gotas deslizam pelo meu corpo

Quisera que fossem os dedos teus

A água fria faz minha pele eriçar

Penso no arrepio que me provocas

Imersa, sinto-me fenecer suavemente

Volto à tona conduzida por tuas mãos

Molhada, estendida ao chão,

Tua boca me ressuscita

Devaneios de emersão abrupta

No abrir de olhos, alucinada

A cor azul mescla às nuvens alvas

Encobrindo o astro que me guia

Jazida no deque, agonizando

Entre a sorte no jogo

E o infortúnio no amor

Ergo minha taça num brinde

Ao teu amor distante

Esperando que o vento mude

Leve ligeiro minha sorte

Trazendo-me teu amor sedento

Que vendo meu corpo molhado

Desejes-me, como te desejo

Porque não há ventura maior

Que ter o teu amor

Lilia Costa
Enviado por Lilia Costa em 23/01/2012
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