Pelas Frestas

Eu detalho a tua silhueta

Espio toda a tua simetria

Vivo em festa aqui pelas frestas

Quase nem temo minha ousadia

Sou refém do teu silente encanto

Sou o teu súdito, a tua rebeldia

Salivo quente pra te ter nos braços

Bem no acerto da minha teimosia.

Eu ensaio a tua sensualidade

Desejo a calma da tua companhia

Vejo da tênue greta da porta

Todo o teu charme, a tua alegria

Quase atravesso pela fechadura

Já nem disfarço minha fantasia

Quero apenas atiçar o fogo

No jogo tático da poesia.