Doce Veneno

O que dizes coração, o que falas em plena chama

viva que arde em meu coração? O que ouves? O

que lhe chama atenção?

Ardente pelo fogo vivo em brasas e carvão escutas

apenas vossa pífia razão, es indolente paixão, errante

coração que viajas viajante como passageiro do

tempo, colecionador de dores de paixões ardentes

que deixas sempre para trás...

Me chama indignos batimentos, palpitações de seus

últimos momentos de plenitude no gozo de vossa

paixão embriagante que rompe todas as barreiras

do meu ser que junto a ti faz igualmente errante.

Corpo a corpo, suave veneno que escorre pelo dorso

arrastando suspiros, arrepios, suspiros, pura, puta

interação corrompida pelo amor, corroída pela carne

de vossos enlaces e encantos de sereia sob o véu

do escorpião.

Enlaces cerrados, beijos inacabados, rompidos pelo

orgasmo, pelos suspiros, gemidos de doçura, desejo

e amor. Mas que amor?? Se tudo que ver é matéria

finita, limitada ao último segundo de prazer e arrebatado

aos segundos posteriores de desprezo e limitação.

Seu amor menina, é apenas carvão, es apenas fogo de

palha, incandescente, delirante e fervente, mais que logo

se apaga com o toque de outro corpo que sobre ti se

deita, se deleita no seu prazer mulato, no seu prazer

mulher lampejo de maldade, frieza, beleza e saudade.

Por que me enfeitiças? Que praga trás em vosso coração

fingidor que finge o amor e transforma-o em dor, em suave

veneno dosado para alucinações lacerantes até a última

gota de suspiro e exaltação que esparrama pelo chão

sem vida, sem coração.

Nos últimos passos quando de dento de ti saiu, parti de

mim meu corpo mas, permanece em ti meu coração,

cujo o seu nunca me pertencerá, nunca pertencerá a

ninguém pois, para sempre serás um leviano, um leviano

coração feito apenas para repentinas paixões dosadas

pelo real valor que mereces.

Arthur Luz
Enviado por Arthur Luz em 22/12/2012
Reeditado em 01/01/2013
Código do texto: T4047780
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