Amor famélico

Quisera o encanto de palavras belas,

Pra cantar pra ti numa tarde de chuva;

Todos os sonhos no apagar das velas,

Seriam luz apalpando as tuas curvas...

O ardor de tua pele viva gostoso grito,

a sentinela avisando que o prazer vem;

nosso fogo nascendo desse forte atrito,

e em poucos metros vai de zero a cem...

a cem só uma figura, na verdade, a mil,

pressa de ver enfim, singrar meu barco;

teu calor me pintando cor de pau Brasil,

apressando a junção da flecha e do arco...

resumindo, quero-te vestida pra matar,

digo, despida, pra saciar nosso desejo;

sei que irei receber quando estiver a dar,

prazer será comum lugar, já antevejo...

o inverno insiste em realçar tua falta,

pois, esse frio acentua o bem do calor;

Platão tinha uma concepção mais alta,

meus bichos têm fome, fome de amor...