O centauro

colocar meu anseio e teu desejo na mesma taça,

sei lá, pra que se faça sorver esse vinho branco;

cotejar o meu senso de humor com a tua graça,

misturar as tuas duas maçãs com a minha massa,

meu tesão “pega na chave” não carece de tranco...

beijar teu calor e sentir o teu pulso acelerando,

e o teu prazer apressado em busca da reta final;

sem saber quem está recebendo nem dando,

nossa ofegancia estará a quatro asas voando,

nessa doçura confusa com certo gosto de sal...

entre descobertas e uso de manjados macetes

essa troca esperta de dar para, enfim, receber;

indiferente se é na cama, chão duro ou tapete,

em qualquer se dará fusão de cavalo e ginete,

até se levantar garboso o centauro do prazer...