Fogos de artifício

Isso de fazer amor com você n’outra,

Não está certo, logo, não farei mais;

Com as portas fechadas você entra,

Repetitiva cena como se um mantra,

Vira e mexe, e eu aporto em seu cais...

Seu nome não sai, mas força a mente,

Sinto-me um indigno, nesse usufruto;

Dou meu melhor pra eventual amante,

Digo, ela bebe de uma ilusória fonte,

Imaginando limpo o manancial poluto...

Acho que esse córrego eu posso deter,

Dado já não ser mais, um jovem afoito;

Assim ao potro desejo eu posso domar,

Pois, somente com você eu faria amor,

Com outra, a coisa não passa de coito...

Não há motivos para fogos de artifício,

Para ilusórias entregas na cama, enfim;

Prometo falir de vez com esse negócio,

Largo o livro do prazer só no prefácio,

Até ver nossos fogos num só estopim...