BORBULHAS EM TEUS CORAIS

O teu mar é profundo,

nele encontro os mais lindos corais,

cavernas por onde navego,

paro, sinto, investigo, como tudo que posso.

Preso em teus tentáculos, dobrados,

mexilhão vivo e vermelho, pulsante,

carnívoro, predador do invasor,

navego e não desisto, quero ser comido.

Vejo algas, vejo pelos, vejo florestas,

vejo o breu no fundo do mar, vejo tudo;

vejo cavernas, vejo camas, esconderijos

do meu músculo.

Nado rápido, voo veloz, bato asas,

abro as pernas, estendo os braços,

te chamo para dançar no fundo

do oceano quente e vermelho.

Quando roubo tuas escamas,

vendo toda pele nua,

as barbatanas ventilando,

tuas guelras se abrindo;

Mordo-te da cauda ao pescoço,

nadamos um dentro do outro;

sem pressa, criamos a nossa correnteza,

redemoinho submerso, fisgado por dois amores.

Pedro Matos

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 25/05/2015
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