Vem a vontade, então passou.
Ela já esteve com outros mais carinhosos
E até mais educados.
Mas quando a vontade chega,
Deitada em seu quarto,
Se põe a lembrar daquele cara que soubera muito bem
Dar na cama o seu recado.
Ela corre pra lembrança,
Que misturada com esperança,
Fornece o seu ópio preferido:
Aquele corpo másculo bonito,
Aquele homem atrevido
Consumando com sua libido
A mais prazerosa aliança.
Esse ópio é forte.
Ela goza da sorte
De poder reviver a cena sem censura, sem corte.
Parece que o coração entre as pernas dela agora bate;
Seu corpo inteiro arde
Queimando de vontade
De ter nova oportunidade
Pra sentir aquele delicioso encaixe.
Intumescidos,
lascivos,
úmidos,
únicos...
'Se ele estivesse aqui', ela consigo dizia,
'Com sua mão me enlouqueceria;
Sem razão eu ficaria;
O chão eu não sentiria
Com os movimentos de sua abusada língua'.
Mas não adianta ligar o ventilador
Nem abanar a cabeça, leitor.
Assim como uma hora murcha a flor,
O juízo dela voltou
E a vontade de ter de novo aquele homem...
Passou.