O pecado que amava como uma bênção

Não havia vergonha,

Não havia negação,

Só sentia meu coração

Pulsando por toda a pele.

Ouvia tuas provocações

Com a mesma rendição de um fiel

E, tendo na boca o gosto do mel,

Sussurrava-te minhas bacantes confissões.

Via-se em nós o mais gostoso sentimento de prazer

E já banhados naquele suor quente,

Depois de morder, arranhar e gemer,

O amanhecer já era iminente.

Depois que partia,

Não era a tal da saudade que doía -

Era algo mais vil, coisa frívola.

Aquela cerimônia sem pudor

Com nossos fluidos era ungida

E estampado em nossas carnes ainda estava o rubor

Por haver consumado o que o vício pedia.

Sim, era vício.

Eram cheiros, calores e beijos.

E minha Alma gritava: 'Desejos, cresçam!'...

Era o pecado que amava com uma bênção.

Kelly Rodrigues de Sousa
Enviado por Kelly Rodrigues de Sousa em 12/07/2015
Reeditado em 13/07/2015
Código do texto: T5307969
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