O pecado que amava como uma bênção
Não havia vergonha,
Não havia negação,
Só sentia meu coração
Pulsando por toda a pele.
Ouvia tuas provocações
Com a mesma rendição de um fiel
E, tendo na boca o gosto do mel,
Sussurrava-te minhas bacantes confissões.
Via-se em nós o mais gostoso sentimento de prazer
E já banhados naquele suor quente,
Depois de morder, arranhar e gemer,
O amanhecer já era iminente.
Depois que partia,
Não era a tal da saudade que doía -
Era algo mais vil, coisa frívola.
Aquela cerimônia sem pudor
Com nossos fluidos era ungida
E estampado em nossas carnes ainda estava o rubor
Por haver consumado o que o vício pedia.
Sim, era vício.
Eram cheiros, calores e beijos.
E minha Alma gritava: 'Desejos, cresçam!'...
Era o pecado que amava com uma bênção.