A cópula

Nesse discurso que faz os teus olhos,

entendo a paz na tua beleza impura,

e no silêncio perdido entre braços,

ouço tua voz recitada em gravura.

Nesse teu gosto molhado de beijo,

no teu pudor encostado ao meu corpo,

o meu suor se desenha em desejo:

eis o amor me ensinando a ser louco.

E no caminho que escorre do abraço,

vejo um poema brilhando em teu rosto.

Sou o cansaço esquecido das horas,

és o amor violentando o corpo.

E ao fim, me abraças com os lábios,

e na ânsia de querer ser céu,

fez-se mar

e morreu.