Puro Desejo.

Ouço distante um canção suave, uma voz delicada, acompanhada de um cheiro fortemente doce, perfume feminino, estampado nas ilustrações que fiz.

No horizonte, vejo aves negras, rondando seu corpo desfalecido pela manha, pedindo que você seja dominada, seja celebrada, seja possuída.

Na banheira, agua quente, com aroma de rosas, e espuma, que cobrem nossos corpos, como se fossem um só, na busca incessante pelo seu melhor encaixe, para que aconteça, o encaixe de duas laminas, num movimento que sintetiza, o amor!.

Vejo seu rosto embaçado, pelo calor de nossos corpos, através do vidro estilhaçado do espelho, a canção ainda toca harmoniosamente, um contraste com todo barulho que faz la fora.

Acreditar ou não?, possuir ou não?, celebrar ou não?, apenas sentir o entumecer de nosso sexo, e sentir os lábios salivarem por esse intenso desejo?, contemplar a forma de seu corpo sob a penumbra causada pelas cortinas de seda?, ou tão simplesmente, estar dentro de você?

Palavras intrincadas, falas cortadas pela metade, e beijos quentes que fincam em nosso solo o mais puro desejo.

O encontro dissonante, daquilo que se torna real, em meio a essência abstrata, da grandeza do amor, as rosas na entrada, e o sol a meia luz visto da sacada.

Uma parte de mim, que se torna sua, uma parte de nos, quimicamente proporcional, a esse simples, porem, puro desejo.

Leandro Vidile
Enviado por Leandro Vidile em 07/11/2015
Código do texto: T5440863
Classificação de conteúdo: seguro