DE OUTRO JEITO...
E era prá ser festa mesmo.
Não tinha como ser de outra forma.
É pele que arde.
Olho que devora.
E essa vontade louca
de estar um com o outro
que não passa
que não nos permite seguir
nem ir longe demais
nem ir além
tampouco sumir.
Nao tinha mesmo
como escrever outra estoria
se o proibido não nos permite
jogar tudo fora.
Nos faz prisioneiros.
Nos faz implorar
a todo custo
a toda hora
as contrafações mais profanas
as juras de amor mais insanas
as horas veladas na alcova
de nossa cama
que nos une
e nos amálgama.
E esse desejo que nos devora
e que nos queima o peito.
É nao tinha mesmo
como ser de outro jeito.