Febre

O corpo anseia ao toque,

Que pelos passos da pele, decorre.

O Delirio. A Cura. Evoque!

A essência do gozo que pelo ser escorre...

De Bocage.

Com seu arcadismo puto, fez descender,

Meu ímpeto, de um de seus versos possuir.

"De Vênus não desfrutas o prazer"

Que terás, tendo unicamente em me servir.

Permita-me Bocage.

Nesse soneto, causar destruição.

Pois...

Ignoro as métricas e deixo livres as mãos.

No papel virgem, só palavras em ebulição.

Um analgésico. Para sua Evocação

E agora venha Baco. O sedutor.

Dele, beba comigo o intenso Néctar rubro.

Permita que seu ID venha sem pudor.

Assim então...

Faremos desse tálamo nosso delubro.

Por fim...

As mãos, as malditas mãos!

Contidas, tímidas e dementes!

Pelos dedos fracos, tudo se esvaiu.

E os corpos, ainda queimam...ardentes.