Poesia de cabaré

Ele me olha da janela - beirando as saias

Me fita, até o fim do castigo

Entra em meu abrigo

Me aprisiona em seu desdenhar.

Quebra-me o pescoço

Às costas faz de cela

Mancha-me de sangue

Enxuga com sua pele (ele é o meu herói)

Que audaz, intrépido no ponto certo

Que delícia ter seus olhos

Comendo os meus medos

De prontidão à lua

Ele faz-lhe contar as estrelas

Como recompensa

Ele deixa em meu corpo

Sua oferenda

Suas saudades

Seus pés de cabelo

E diz ao próximo

Que há uma deusa a lhe esperar.