Rosa do Povo

Flor de todos

Rosa do povo

Com todos dormia

Ela só sabia gemer

A Rosa do povo

Mulher de todos

Terror das casadas

Odiada por todas por onde passava

Não era ódio, era desejo reprimido

Queriam ser como ela

Sem algemas, sem grilhões e sem donos

A Rosa era livre

Flor de perfume inebriante

Que a todos seduzia

Do padre ao menino

A Rosa dormia

Fazia ousadia

A cachorra latia

No cio ela vivia

Todos a usavam e ela não importava

Fazia suas regras e suas regras eram seus momentos de libertinagem

Seu " não-ser de ninguém",

Seu "ser de todos"...

Seu corpo era um parque

Era repasto

Era carne que matava a fome do desejo...

E ela gostava

A todos ela dava

Era feliz a Rosa do povo

A Flor de todos

A ceia dos famintos

Ah, a Rosa que sucumbia aos olhares dos moço, dos velhos, dos batalhões...

A Rosa que nunca murchava e prazer exalava.

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 11/03/2022
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