Lembranças de um primeira doma

No meu mate, me trouxe de

Tiro as lembranças, dá primeira vez

Que montei .num veiaco pra

Domar a campo fora.

Lembro-me como se fosse

Agora quando chegou um petiço

Colorado pra domar, vovô

Chamou-me na hora que chegou, o bicho

E me perguntou, se montava,

Eu disse que sim, mal eu sabia

Que seria minha primeira doma

Tinha por volta de dez pra onze anos

E no outro dia de manhãzinha

Sai junto com vovó pro campo

Juntemos as vacas, apartemos os terneiros

E o petiço já ficou palanquiando se

Atirando prá os lados.

Vovô me chamou me mandou

Colocar um par de esporas, que já era hora de

Ficar ginete, eu fui correndo

Mas voltei com medo, de que tinha por fazer.

Até lembro dele segurando o petiço

Explicando-me como tinha que fazer

Que tinha que atirar o corpo pra

Traz e deixar correr, e afirmar as pernas

Mas os garrão tinha que cutucar forte

Na paleta, montei ele me cedeu seu

Tala que não conseguia, nem levantar direito

Pra arrojar o cavalo.

Vovô largou o petiço

Sai no terceiro pulo rodei, sai do lombo

Feito a um gato que sai de um saco fechado

Sem rumo pra cair.

Ainda vejo o vovô saindo correndo

Pra ver se eu estava Bueno,

E quando viu que tava inteiro, riu

Dizendo que a primeira figueira de quem doma

Tinha plantado, e ainda que pra ginete

Tinha que domar muito pela vida

Afora, e pra ele seria sempre o

GINETINHO, que rodou no terceiro golpe.

Hoje agüento os arranque de um

Sutreta, amo quando tem que corta

Os ferros, pra sair montado, que nem namoro

De china, que sai sempre que sai sempre

acuerado, com agente.

Mas aquele petiço ficou pra meus arreios

Quando guri, ate hoje nunca vendi ele

Por que olhando pra ele

Me lembro do vovó, que já trocou de

De estância no mundo.

E apreendi que domar a vida

Ninguém doma alguns acostumam

Ela a mesma lida, sempre.

Mas quem doma e vive dos arreios

Sovando e laçando por a vida

Afora, apreendi que tudo tem

Começo e fim.

Tudo é doma, nas coisa que faz

Ate pra ganhar uma morena.

Te que saber o lado de chegar

E como charlar, se sem nem mesmo por

O bucal no coração de dela

Roda, e fica nas polvadeiras.

Desta lida.

E domas ainda muitos se vive

Delas, encilhando de manhã

E desencilhando no cair da tarde,

E eu ainda me lembro,

De minha primeira vez que

Montei.

Ginetinho.

Ginete
Enviado por Ginete em 09/09/2008
Código do texto: T1169065
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