Um potro, depois um pingo bueno

Meu pingo que da cerca

mira o corredor, na espera

da hora de ir no jeito do galpão.

Quando encilho na pressa que

me faz costado, sabe só por

meu andejar o jeito da lida.

Pingo mestre de campo e rodeio.

Que dos meus bastos sabe

quando um pealo de toda há corda

escapa no jeito das mãos que correm ganhando

o mundo além do campão.

Na sua soberania me espera

enquanto sorvo o cariños

por uma ramada atado num cedro

pela frete.

As vezes se impacienta,

que se atira nas garras,

me pateando com jeitos de aporreado.

Mas se o pingo é iguala o dono,

o meu talvez seja andarilho.

Que busca há volta mirando uma

estrela que sempre por perto de um rancho

quinchá e santa fé se desgarra.

Que de idas e vindas, golpeando

potros que não são meus.

Esse depois de tanto pegar

potros e fazer pingos pras os outros.

Recolutou só pra meus bastos.

Nas curvaturas das botas moldou

os ferros das esporas e dos estrivos.

De rodadas em potros maula,

e de potros que nem prá carga serviam.

Fez há alma, sempre buscando

um flete florão de tropa.

Que roubou pelo da noite

se luna pra ser um pingo de

procedência.

Ginete
Enviado por Ginete em 28/04/2009
Código do texto: T1564909
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