Entre olhares

Essa alma devorada

reencontra seu caminho

nesta outra,

sutilmente moldada com a perfeição

de um corpo esculpido

com a mão angelical.

Força bruta,

quente e calada.

Entre um olhar e outro

uma ofegante respiração

em um calor com a lua fria

misturada a uma ilusão.

Entre um olhar e outro

os corpos se movem

e não mais na mesma direção.

Um olhar e outro

acontecem pela última vez

e.. ficam para tráz.

Viver o que não existe

em frações de segundos

nos entrega a razão da vida:

o sentido de existir o mundo

e o porque de irmos embora

sem despedida.

Crente de ir além do infinito

e abstruir teores de sentimentos

escondendo-se de si,

encontrando-se em outros

sem ao menos praticar algum sonho

e se aconchegar em belas nuvens.

Essa alma devorada

hoje pende o anseio dos quereres,

traga como a um fumo, fumaças na imensidão

cegando o ontem como se não houvesse o amanhã

como se no futuro não pudesse encontrar, também

escuridão.

Aline Machado/ Part. Letícia Dantas.

Letícia Dantas e Aline Machado
Enviado por Letícia Dantas em 09/10/2012
Código do texto: T3924035
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