Um som
vibrante
no céu
perpassa
a flux
sonora
e leve
se atreve
eriça,
estriga,
conduz!
A música
venturosa
que ressoa
esplendor,
cor de boca,
alecrim,
rouxinol,
enciumado
querubim.
A Lua mansa
no céu ridente
a prantear
bela donzela,
em rio mar...
e, no véu tênue
de sempre-vivas,
enfeita a vida,
por entre as flores,
que a faz sonhar!
Na equidistância,
a noite aparece
a tingir o céu...
Estremecedor,
de negrume, a haurir,
nuvens esparsadas
tão bravias em coros,
em cores s'espraiando,
prontas a bailar...
na música do tempo
ao declinar motes
do infante poeta!
Versos aos ventos, cora.
No porvir germinado,
Que extasiado, chora...
Em meio à Natureza,
Um manto de beleza...
Dulcifica e engrandece
A vida em oração!
Que crepita sem demora
Na partitura que chora,
Estrugindo por amar...
Ao executar ridentes
Notas brandas ao Luar.
Auriversadas a repousar,
Nas mãos do Vate a conceber
Tantas sutilezas divinas...
Que se expandem em segredos!
Que custam perpassar pelas Liras...
Vagarosas por entre bramidos,
Ao tremular da voz dos amantes
Na intensidade morna, viceja...
Ao consumar esse movimento
Desde a Lua e toda a Natureza!
Na magia etérea que suplanta
Ao singrar de notas compassadas
No balouçar gentil que ondeia...
Nos páramos serenos de luz!
Por todos os espaços entreabertos,
Que vagueiam rasantes pelos céus
Nas grutas sidéreas da memória
No prazer inaudível do silêncio,
Que demarca e atrai, sentimentos
No barulho infindo do mar de amar
Universo sensível de tocar!
Todavia, há incontáveis surdos d’alma
Que não quiseram ouvir a sinfonia
Da sonata etérea do firmamento
Ao declinar o verso bom que encanta
Na fragrância enigmática se refaz,
Ao traduzirem vibráteis tons da aurora
A deixarem um legado de esperança:
Que se abram os ouvidos e corações
Em horizontes hirtos de devoção...
Para aqueles que vivem na solidão!
Nesta lousa do infinito que encerra:
Ao alçar belos voos na imensidão
Na outra nota mirífica que dança
Nestas páginas partituradas,
Sincronicamente compassadas
Na emissão real dos sentimentos!
Mas, há também outros gemidos...
No ranger de todo lamento:
Quiçá, na dor, e na descrença.
Então, verás pautada em preces
As estrelas matutinas...
No orbe que não emudece
Na voz gentil que enternece
Ao reger puro amor...
Na sonata da Lua
Que inebriada, ria...
Do sussurro mordaz,
Que lascivo, gemia!
Porém, aí de vós!
Que se sentem - deuses
E entoam hinos...
Sem adoração
Na semeadura
Orquestral da fé
Que vivifica!
Homens e mulheres,
Musas e Vates.
Estrelas e astros
Irmanam-se,
Nos tons que emanam
Que se emitem
E transbordam
E aquecem.
O som
Sidéreo
rouqueja
crepita
tilinta
oscila
repica
agita
intenso,
no azul
do céu.
Chispa
flutua
sobe
levita
evola
freme
nas mãos
de Deus!