## RECORDANDO ##

Senta aqui querido pai

Vamos recordar o passado

E chama tua prenda

Para sentar ao nosso lado.

Há meu pai...

Lembro você tropeiro

Lembro do sapateiro

E ainda me recordo

Da tua cadeira de barbeiro.

Eu lembro do gaúcho

Tropeiro bom de braço

Não havia zebu brabo

Escapasse do teu laço.

E da Sonia pai...

Aquela égua bem grandona

Se não me engano

Era uma precherona.

Um dia um zebu brabo

Lá no campo disparou

E tu montava a precherona

E de mim então lembrou.

Eu voltava da escola

O campo era meu caminho

Sem saber do perigo

vinha bem devagarinho.

Encontrei você meu pai

Que na garupa me botou

e num ligeiro galope

Para casa me levou.

Há meu pai,como lembro

Daquela égua marchadeira

Aquela Pai?

Que deu cria na cocheira.

Pai...E da crespinha

Do tempo aquele da enchente

Saiu nadando com a charrete

Que bichinho bem valente.

Pela manhã cedinho

No campo tu a buscava

Prendendo-a na charrete.

Para escola nos levava.

Em uma certa manhã

tu custou para voltar

Fitando então teus olhos

Vi tristeza em teu olhar.

Caminhavas tristemente

Então paraste na porta

falando com a voz entrecortada

Que a crespinha estava morta.

Mas um gaúcho como tu

Não se deixa derrotar

E sempre tem um amigo

Pronto para ajudar.

Se não me falha a memória

Foi teu amigo Norato

Que te emprestou um cavalo

Pondo fim...Ao triste fato.

Eu ainda lembro

E lembro com alegria

Que foi tu que me ensinou

A primeira poesia.

As hitórias que tu contava

Em minha mente não se perdeu

E aque mais eu gostava

Era da vaquinha mimosa, e o boi leseu.

Hoje para tuas filhas

tu és mãe, tu és pai

E o qualquer probleminha

Correndo para ti ja vai.

E ai com muita paciência

Tu procuras resolver

E a cada uma de nós

sempre procuras entender.

Com tua prenda bonita

cercada de carinhos

Acordas de madrugada

Ouvindo o canto dos passarinhos.

Estes versos não tem fim

Recordações voam em minha mente.

Mas aqui vou finalizar

Para da-los ati de presente.

TANIA SANTOS.