Eu sou assim

Eu sou a terra

Maltratada pelo terror da guerra

Quando fizeram pisar o meu chão.

E guardo um passado de dor e solidão.

Eu sou a árvore que plantaram

Mas esqueceram de regar.

Meus galhos, teimosos, vingaram

Por minha vontade de viver e de lutar.

Estou nas gramas rasteiras

E nas águas das cachoeiras.

Se de tudo hoje sou nada

É fiquei no pó da estrada

Que não queres respirar.

Eu resisto o passar do tempo

Forte, forte como o vento

E se fraquejo comigo

Sou humilde e faço

Um pedido:

Me deixem ser assim

Que vou firme até o fim.

Eu agüento o repuxo

Por que mais do que tudo

Eu sou gaúcho!

Rogério Nascente
Enviado por Rogério Nascente em 24/10/2007
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