Enquanto o mate dure

Enquanto o mate dure

(Era) uma manhã de verão,

O inverno se empunha com seu peito prateado,

Cheiro de adubo entre as flores;

Espalham-se as sementes no vento,

Chuva, não tem chuva,

Mas há muita umidade no campo;

Seus olhos não ardem,

Espirra,

Alergias nas alterações.

Que estranho dia,

A solidão sentada em frente da casa,

Balançando a cabeça sem ritmo

Enquanto o mate dure,

Espiando de um lado a outro,

Não tem ninguém;

Talvez o cachorro doido acuando fantasmas

Ou talvez alguns olhos de frestas das janelas vizinhas, pensando e falando da velha sozinha,

Guardiã das amanhecidas frias,

Soldada de guerra das balas perdidas.

langelle
Enviado por langelle em 12/04/2008
Código do texto: T942911
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