Enquanto o mate dure
Enquanto o mate dure
(Era) uma manhã de verão,
O inverno se empunha com seu peito prateado,
Cheiro de adubo entre as flores;
Espalham-se as sementes no vento,
Chuva, não tem chuva,
Mas há muita umidade no campo;
Seus olhos não ardem,
Espirra,
Alergias nas alterações.
Que estranho dia,
A solidão sentada em frente da casa,
Balançando a cabeça sem ritmo
Enquanto o mate dure,
Espiando de um lado a outro,
Não tem ninguém;
Talvez o cachorro doido acuando fantasmas
Ou talvez alguns olhos de frestas das janelas vizinhas, pensando e falando da velha sozinha,
Guardiã das amanhecidas frias,
Soldada de guerra das balas perdidas.