Pós-Amor, Pré-Verão

Como vai esse finado?

Responde ele que vai bem...

Acredito, pois para um defunto,

Até que ele manteve a aparência,

Há até quem diga que ele ainda vive,

De certa forma, seu peito ainda pulsa,

Só não há mais esperança,

Mas não o enterraremos ainda,

Deixemos que o Verão venha

E pode ser que quem o matou

Volte e tenha a dignidade de lhe dá uma cova

Com dizeres numa pedra insensível:

Aqui descança quem nunca quis descançar,

Fracasso de um lado esquerdo,

Pós-amor, pré-verão

Amor que se foi antes de amar.