Um amor. Deserto

Na verdade a condição de quem fica,

É a aventura de ser monotonia.

Ventura de cálculos simples,

Vergonha de quem não sabe a medida,

Ir de um extremo ao outro em algumas horas,

O meu dom é mudar o tempo todo,

Decidir vez diferente sobre a própria decisão,

Escolher nada que eu possa acreditar,

Voltar no tempo e mudar o futuro,

Fruto, arvore, frutos, tanto faz...

Quem não fez?

O processo de perder progresso.

Recuperar o primeiro dos últimos romances,

É tão vago, é tão vazio, é tão mordaz,

Tenho no sangue o drama, dramatizo cada segundo possível,

É melhor sentir em demasia, sofrer com força, sorrir sem forçar,

Eu encontrei numa carta o tempo passado,

Respiro fundo, passou.

Se não é tarde demais, quem me explica a sensação de fim de ano,

De fim do ciclo,

Do fim do vinculo.

Do fim de tudo.

Enfim guardo num certo sitio, na morada de outro tempo,

Anos de algo maior do que eu,

Livros mais velhos que meu pai.

Guardo a censura seca,

O seguro incerto.

Um amor deserto.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 02/06/2008
Reeditado em 07/06/2008
Código do texto: T1016684