Ventania.

Quem sabe ser só?

Num só brio.

Quem sabe vir sem parar e sentar?

Parar sem dizer,

Olhar o olhar, vago e sombrio,

A quem falta a aventura de sofrer?

Há quem falte por ventura e sofrer.

Amar sem reflexo,

Caminhar sem volta, e sempre e sempre.

Não fique se for confortável,

Não volte se não for sorrir,

Chega do vir porvir,

É melhor o agora que cabe nas mãos,

Segura! Sente!

Ásperas paredes em reboco.

E esconde a janela,

E nela o mar se esconde,

Amar sem onde,

Amarrar os atos,

Fado farto de pessimismo.

Caminhar sem volta. E sempre e sempre.

Tão distante.

Não a vejo pela janela.

Não há vento que deixei seus cabelos penteados,

Sou ventania.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 02/06/2008
Reeditado em 05/06/2008
Código do texto: T1016723