A escolha do poeta

Sobre a mesa, restos

de um frango de domingo

desafiam o poeta.

Ligeiro, pega o lápis

e observa, atento,

o espetáculo.

Pele, ossos, cartilagens.

O brilho seco da carcaça,

o cheiro doce da gordura.

Súbito, diz, como quem

repara a tempo o erro:

"Ao lixo com tais restos!

A dar ao mundo

mais poesia,

prefiro farto o banquete

de cães e mendigos."

Eduardo Junqueira
Enviado por Eduardo Junqueira em 07/04/2005
Reeditado em 26/04/2005
Código do texto: T10238