Teu amigo ... O trovador.

Grita mulher...

Escreve na vida a tua saga;

Poemas sem eira nem beira

... apenas poeira.

É essa a tua paga...

Diz que o trovador é maldito,

porque um dia, foi dia que acabou.

Esqueces que foram os teus poemas,

a única beleza ... que ele amou.

Escreves aos quatro ventos a tua ira,

a revolta de estares abandonada...

Já em teus poemas, não existe a lira;

Apenas chicoteias desbragada.

Não és deusa nem guerreira,

és apenas poeira ...

Já foste alma pura, enlevada...

Fizeste de amor os teus poemas;

Agora que pobre estás...

Por esse caminho não vás,

porque ele é perdição,

corrompe o coração

e assim ... ficarás.

Esquece a mentira que em ti existiu,

muda esse coração que sempre traiu.

Deixa as quimeras soltas na serra,

olha ... como é linda a tua terra...

Esquece essas iras, que tristeza;

Vira o teu coração para a beleza...

Não faças da poesia teus recados,

esquece nela ... os teus pecados.

Fala em telas, pintadas de amor

e não da tua raiva, ao trovador.

Esquece a vaidade de ser rainha;

Olha a beleza da humildade...

Descreve o samba, o fado, a saudade...

Esquece essa triste ladainha,

de em tudo e todos ver maldade;

Ou ficaras para sempre sozinha;

O trovador é um amigo

e não sonha para ti

... esse castigo.

António Zumaia

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 24/01/2006
Código do texto: T103117