Entre a dúvida e a perdição
Entre o afago e o apego.
E o trago é sossego?
Eu afogo ou rego?
Te pago pelo ego.
Você não chuta nem dança
E na luta, descansa?
E entre a multa e a recompensa?
Escuta e pensa!
Retrato ou imaginação?
Contrato e decepção.
Sucata em ebulição?
É seu tato sem percepção!
Entre o manto e a chita.
O canto já grita!
Essa santa maldita,
Não encanta ou hesita
É o forte quebrado.
É o Norte virado.
Foi pela sorte azarado,
E pela morte animado.
Entre o beijo que cega
E o desejo que nega.
Entre o despejo que entrega
E o solfejo que gagueja.
A sua orla invade o meu centro
E a sua esmola é levada ao vento
E da cola há desprendimento
Enquanto a sola pisa o excremento.