Entre a dúvida e a perdição

Entre o afago e o apego.

E o trago é sossego?

Eu afogo ou rego?

Te pago pelo ego.

Você não chuta nem dança

E na luta, descansa?

E entre a multa e a recompensa?

Escuta e pensa!

Retrato ou imaginação?

Contrato e decepção.

Sucata em ebulição?

É seu tato sem percepção!

Entre o manto e a chita.

O canto já grita!

Essa santa maldita,

Não encanta ou hesita

É o forte quebrado.

É o Norte virado.

Foi pela sorte azarado,

E pela morte animado.

Entre o beijo que cega

E o desejo que nega.

Entre o despejo que entrega

E o solfejo que gagueja.

A sua orla invade o meu centro

E a sua esmola é levada ao vento

E da cola há desprendimento

Enquanto a sola pisa o excremento.

Janicris Rezende Januzzi
Enviado por Janicris Rezende Januzzi em 17/06/2008
Código do texto: T1039209
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