Uma visão do Amor

O que me revela a vida senão a morte por ela escondida?

O que orienta o norte senão a agulha sulista?

Quanto de mim deixo em cada parte que não vejo?

Como possuir alguém sem antes estar possuído?

A prisão matrimonial está além dos cárceres dos deveres

Mas no solo agonizado de um pobre jardim

Que fora cultivado por incompetentes agricultores.

De qual liberdade falo quando censuro o mundo das minhas palavras caladas em minhas ações.

Qual é o tamanho da eternidade de um amor?

Que nasce nas mãos do seu executor, seu carrasco.

Quando foge-se da guerra de um amor

A quem pertence o desertor?

Aos aliados ou aos inimigos?

Quem chama pelo calor do fogo da paixão

Se queima na brasa da ilusão

De toda cinza que o amor destina

O grande poder está em conscientemente se permitir manipulado

Quem me dera desmitificar os deuses dos céticos

Esconde-se por de baixo da agulha

Aquele que refuta a vida amorosa

Barganhando com indulgências seu perdão de pecados

Assumidos pela alma na hipocrisia de sua covardia

Pois o pensamento já navegou em mares proibidos do desejo.

Quem deita com a mentira engana a verdade

Traindo a felicidade com sua irmã a responsabilidade

E tem como filha a tristeza

Quem corre da vida suicida o Amor!

Quem corre do amor assassina a Vida!