CIRCO

Quando o espetáculo

Acaba,

E a ribalta já não ostenta

Seu brilho,

Quando as cortinas

Descem,

E todos se vão;

O palhaço recolhe-se

Ao seu mais intimo refúgio

E denuncia sua tristeza

Através de lágrimas

Coloridas,

Pela maquiagem e frustrações.

O picadeiro torna-se

Apenas

Mais um espaço

Inanimado,

Dentre tantos espalhados

Sob a lona,

Que recebe a suave e tétrica

Brisa noturna.

As luzes morrem,

E desde as Pulgas Amestradas

Até a Mulher Barbada

Todos vão, aos poucos,

Recolhendo-se.

Mas o palhaço continua lá,

Imóvel, inerte, infeliz.

Em busca de uma única

Alma,

Que possa fazê-lo sorrir.

Ironia atroz o destino lhe reservou:

Aquele que leva alegria aos corações

Não tem ninguém a quem possa

Confessar sua tristeza.

E assim vive o circo:

Levando alegria,

Destilando emoções,

Sorvendo tristezas...

O show deve continuar!

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 28/01/2006
Reeditado em 05/01/2010
Código do texto: T105137
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