Onde o diabo perdeu as botas - Parte I
Ainda quero este lugar
“Onde o diabo perdeu as botas...”
Onde as portas não tem tramelas.
Lugar no meio do nada...
No longe de tudo,
Onde não tem Internet, e nem chega caminhonete
Só meu radinho de pilha...
Na casa, pouca mobília
Só mesmo o essencial...
Carne seca no varal,
Erva mate, brisa e sol...
Nem política ou futebol
P’ra não encher a paciência...
Quero dormir com as “galinhas” e acordar com os galos...
Quero a pureza do orvalho
gotejando no meu rosto.
Quero as manhãs de agosto, com a fumaça nos campos...
As luzes dos pirilampos
incendiando o macegal.
Quero a chuva, o vendaval
O sol quente, o dia frio...
Quero me banhar no rio
E matar a sede de ausência.
Quero sentir a imponência
E a força da natureza...
Apreciar toda beleza
Antes que chegue seu fim...
Quero que lembrem de mim por buscar este lugar...
Lugar no meio do nada
o longe de tudo
“onde o diabo perdeu as botas”
mas, pelo visto, ele não passou por aqui.