Aos gritos na minha mão!

Não sei bem o porquê

das palavras saltarem

de dentro do pensamento,

passarem no coração

e chegarem como vento

soprados na minha mão!

Teimam, insistem, se livram

do meu relutante querer

que teima em não escrever...

Mas as palavras se agarram,

se jogam em rimas prontas

me pedem: Escreve...escreve,

por acaso a poesia não conta?

Assim me rendo ao pedido,

grafo a primeira palavra do verso

e o resto vem como impresso,

assim como louco tornado,

com tal rapidez que duvido,

que eu esteja pensando,

ou antes tenha pensado...

Essas palavras surgidas,

talvez alguém me assopre ao ouvido,

ou então se desviam da minha mente

e caiam do meu coração...

Vejo assim um novo poema nascer,

não sou eu a escrever,

são as palavras aos gritos

saindo da minha mão!