é tarde eu sinto

é tarde eu sinto

o pulso das nuvens descora

a cartilagem do adeus enrijece.

não tinha como

contas de desejo espalhadas

claridade obscura nas gavetas do presente.

(uma religião desfeita entre as mãos)

foi arder quando o verso

se fez carne de amante primaveril

trajetória de projéteis dispersos no olhar.

o trem alertou o ausente

os galhos se camuflaram entre os pingos

a chama da hora cuspiu os excessos.

é tarde eu sinto

o tamboril de um canto fúnebre

ritmado nos nervos de cada verso.

jeferson bandeira
Enviado por jeferson bandeira em 07/07/2008
Código do texto: T1068535
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.