Rudimentos
 
Seca a foz, a lágrima dança
Em meio a sacolas, papel e cães.
De restos é a voz, sem esperança,
Forte é o talho de feias afinações.
 
Morte em vida, praça em praça,
Do paço à catadora de sobejos.
Pedraria de dor que estilhaça,
Mó de esquecimento e desejos.
 
Chora seu ser que por ali passa
Seguindo féretros pelas ruas.
Nas palmas o coração ameaça,
Tão rotas são as vestes suas.
 
Será preciso saber a graça
E a história que ali se encerra?
O gemido do sino a abraça,
Saudade de si também enterra.

 

Imagem do google - queimada na Amazônia: 
meioambienteurgente.blogger.com.br/queimadas

meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 10/07/2008
Reeditado em 10/03/2010
Código do texto: T1074527
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