Cuspe

A saliva volátil escorre e dança

Por entre outra e acha a bonança

Homogêneas agora separam e param

Os fluídos em corpos trocados viajam

A lascívia nutrida em forma de cúria

Da troca o esmo de um gesto de fúria

Bocas se perdem se cruzam e vão embora

Da hora que chega e traz a aurora

Na memória agora o erro de uma falta

Da tristeza a mentira, a mais baixa e a mais alta

Deixa-se de lado o quê no âmago arde

Só importa agora exaltar o alarde

Então a dança de novo começa

Os fluídos, as bocas, os corpos, a peça

Mas na verdade essas coisas são apenas embuste

Pois no fundo, no fundo, tudo isso não passa de cuspe

Gravor di Saint Danielt
Enviado por Gravor di Saint Danielt em 09/02/2006
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