Cuspe
A saliva volátil escorre e dança
Por entre outra e acha a bonança
Homogêneas agora separam e param
Os fluídos em corpos trocados viajam
A lascívia nutrida em forma de cúria
Da troca o esmo de um gesto de fúria
Bocas se perdem se cruzam e vão embora
Da hora que chega e traz a aurora
Na memória agora o erro de uma falta
Da tristeza a mentira, a mais baixa e a mais alta
Deixa-se de lado o quê no âmago arde
Só importa agora exaltar o alarde
Então a dança de novo começa
Os fluídos, as bocas, os corpos, a peça
Mas na verdade essas coisas são apenas embuste
Pois no fundo, no fundo, tudo isso não passa de cuspe