no naufragio do meu olhar

Tudo se tornou meu alvo,

E não canso de acreditar

Se, fecho os olhos um instante

Parece que a vejo chegar

Nos olhos brotam lágrimas súbitas

Leva a minha face a demarcar

Corre no peito uma carência

Na espera de vê-la chegar

É água corrente que cai

Pois é grande a saudade dela

Vai me machucando cautelosamente

E não sai

Às vezes saio sem rumo

Com um naufrágio no olhar

Vou ao porto, no aeroporto

Fico na rodoviária a sondar

Querendo somente esse momento

O meu naufrágio ocultar

A vontade me deixa assim,

A carência tão persistente

Faz o meu naufrágio renovar

E por mais que eu passe o lenço

Os afluentes não vão secar.

Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Roo.

maninhu
Enviado por maninhu em 27/07/2008
Código do texto: T1099818
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