"Abro a janela do meu ser. Vejo lá fora..."
Abro a janela do meu ser. Vejo lá fora...
Ondula o vento a levar sementes
Férteis e plebéias, que os garotos vão catando.
São plantadas e colhidas sem demora
Num canteiro sem idéias.
Doutro lado, empunhando um balde de flores,
Sozinha segue uma inocência feminina a trilha
Que à lonjura ma repõe. Perco-a de vista
E, em maior ternura, ficam-me somente suas cores.
Ia Sozinha ou, antes de marcar a pista, mutilada já?
Tudo é tão sempre Lá...
Eu nada fui na primavera hostil
Senão a garra que somente espreita,
Ao fim desabrochando para dentro.
E assim meu organismo, estranho a Mim, quase me rejeita...