Um minuto

Um frio esconde um rumo... Em reta absurda.
Entre as planilhas, planícies... Bem planas, obscuras.

Os risos que eram muitos, saíram em férias... Doce descanso.
As palavras, em hora mansa, em franco despropósito...

Já não há um limite... Nem porto... Nem nó... Só um risco... Rabisco...
E a pena que desliza fina, em toque na trama, artimanhas em punho...
Resta-me apenas um toque suave no plano papiro... Um rascunho.

Um minuto, tempo demasiadamente longo, quando, sem palavras, vive o vazio... Um segundo, muda o rumo, vira concreto... Secreto.

Os galhos tornam-se ramos... Danos.
As raízes, truque de espelhos, viram folhas... Outono vaza em desenganos...

Já não há limite... Nem cores... Nem hinos... Nem solos de pianos...
E a pena que desliza frouxa, em pétala de lírio, deixa planos... Deixa enganos...
Resta-me apenas um toque suave no plano papiro... Um riso profano.


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