Mentiras do peito

Tum, tum! Tum, tum!

É isso o que os ouvidos conseguem perceber.

Mas no silêncio, o coração é hiperativo e impulsivo.

Nunca fica quieto.

Age sempre sem planejar.

E como se fosse de todo feminino,

reconhece a prosa, mas é apaixonado pela poesia.

O coração fala com a gente.

Sussurra pela manhã na hora do banho.

Ou grita histérico à noite antes do sono.

Mas sua voz nunca é filha do vento.

Com uma única palavra,

é capaz de formar lágrimas desapercebidas.

Ou então, criar risos incontidos

só para depois desfazê-los.

E nós, ingênuos, apreciamos tudo encantados.

Para assim, vivermos entre o pranto e a graça.

Sem jamais entender os enganos do coração.

Cabreira

Cabreira
Enviado por Cabreira em 11/08/2008
Reeditado em 11/08/2008
Código do texto: T1123032